domingo, 29 de junho de 2014

Carmina Burana e a Roda da Fortuna

O Termo Carmina Burana significa Canções de Benediktbeuern. Foram encontrados em 1803, um rolo de poemas em Latim que comparam a vida como um roda, "Roda da Fortuna", um alegoria a vida cheia de altos e baixos.
Depois de uma semana sem escrever, que voltar falando sobre nossas vidas como um palco, em que somos os atores, os coadjuvantes e também a platéia. 
Podemos passar o tempo inteiro de nossas existência ensaiando, assim veríamos as maravilhas que apresentamos, veríamos os cenários, veríamos as conquistas, os aplausos. Mas teríamos o prazer de transformar-mo-nos em Narcisistas ensaiando e apresentando a si mesmos.

01. O Fortuna
O Fortuna
velut luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis.
vita detestabilis,
nunc obdurat
et tunc curat;
ludo mentis aciem,
egestatem,
potestatem
dissolvit ut glaciem. 

 01. Ó Fortuna

Ó Fortuna
és como a Lua
mutável,
sempre aumentas
e diminuis;
a detestável vida
ore escurece
e ora clareia
por brincadeira a mente;
miséria,
poder,
ela os funde como gelo.

Poderíamos também ser os coadjuvantes de nossas histórias, pois assim ajudaríamos a si mesmos a fazer a hisória ser fiel aquilo que esperamos delas, transformando nosso quotidiano em drama, romance, comédia ou terror de nossas vidas. Mais ainda assim seriamos novamente impelidos ao narcisismo, usando a si mesmos como contrutores da história, sacrificando assim a roda virar, continuar girando.
Sors immanis
et inanis,
rota tu volubilis,
status malus,
vana salus
semper dissolubilis,
obumbrata
et velata
michi quoque niteris;
nunc per ludum
dorsum nudum
fero tui sceleris.

 Sorte monstruosa

e vazia,
tu – roda volúvel –
és má,
vã é a felicidade
sempre dissolúvel,
nebulosa
e velada
também a min contagias;
agora por brincadeira
o dorso nu
entrego à tua perversidade. 

Pode-se ainda ser a platéia, assistir própria vida correr como um barco que se lança num mar desconhecido e deixar a própria história correr como uma coisa qualquer, como uma novela que não se sabe onde se quer chegar. Aqui também está o risco do Narciso se mostrar, pois assistiríamos a si mesmos destruir-se como O Mito Grego, que olhando pra si mesmo definhou até a morte por estar apaixonado pro si mesmo. 
Sors salutis
et virtutis
michi nunc contraria,
est affectus
et defectus
semper in angaria.
Hac in hora
sine mora
corde pulsum tangite;
quod per sortem
sternit fortem,
mecum omnes plangite!

 A sorte na saúde

e virtude
agora me é contrária.
e tira
mantendo sempre escravizado.
nesta hora
sem demora
tange a corda vibrante;
porque a sorte
abate o forte,
chorais todos comigo! 

 O verdadeiro caminho para fazer o hoje e a apresentação na "Roda da Fortuna", é deixa-la girar apresentando cada dia e cada cena com a participação de outros personagens. Numa vida saudável seremos ora personagem principal, ora coadjuvante e ora platéia, não se pode ser tudo ao mesmo tempo, se faz necessário ver outros seguirem (platéia), ajudar outros a seguirem (coadjuvante)  noutras ser o ator principal que revela seus talentos no quotidiano.
 
A vida é por demais fantástica para poder viver como um único ator. A sorte está girando a favor de quem assume o papel diário e vive o seu lugar.

terça-feira, 17 de junho de 2014

FALSO MORALISMO

Existe um antigo ditado que diz: "Pimenta no dos outros é refresco". 

Na semana que se passou vimos nossa presidente ser mandada para um lugar não muito agradável, logo após vimos um apedeuta dizer e querer colocar a culpa na classe média, nos brancos, chamando a todos estes de cretinos. 
Engraçado é que estes mesmos fizeram apologia a ignorância, a má educação e agora vem querer cobrar aquilo que retiraram do povo. 
O brasileiro sempre foi conhecido por ser um povo pacifico, alegre e ordeiro. Tanto é verdade que simplesmente abaixou a cabeça como avestruz para tudo que está acontecendo. 

Bem mas voltando aos fatos, para uma coisa ser falsa ela precisa antes ser alguma coisa ou melhor ter uma carcaça parecida com a original. Exemplo, vendem por aí "copias" de celulares famosos vindos da China, comprados na Santa Efigênia em São Paulo ou no Paraguai. Isso sim é falso, como aquelas bolsas de mulher com selo e marcas famosas que depois de um mês está descascada, desbeiçada, mas por algum tempo ela usou e se sentiu uma atriz ou alguém da elite. Como vemos ser falso é ser parecido com algo.

Agora acusar o apedeuta de falso moralista, isso já é um elogio, tendo em vista as características acima, pois este mesmo insosso, não tem nem de longe uma só virtude que se possa dizer como simulação de verdade ou de bons costumes ou moral, bem disse Joaquim Barbosa, que tal grei, não tem nada de moral.

Eu nasci num tempo que bastava a pessoa dar a palavra ela tinha que cumprir, meus pais me diziam que se eu assumisse alguma coisa na escola eu deveria ir até, se eu prometi algo a alguém eu deveria assumir. As vezes passamos por intempéries, mas devemos assumir tudo aquilo que de fato falamos. 

Muito embora estejamos num tempo confuso, em que os homens não se portam mais como homens, mas como sissy  ou sem palavra e mimados, e como as mulheres tem se transformado aos poucos em machos alfa, e como a presidente quis assumir o posto também de macho alfo, agora que quer reclamar como ser tratada como uma dama. 

Ora até o início do seculo passado, homens não falavam palavrões em frente as mulheres, se levantavam para dar lugar a elas, tiravam os casacos quando estas passavam frio, eram guerreiros para conquistar seu amor. Depois da revolução feminista, temos ai o resultado, exigiriam direitos iguais e não querem suportar o ódio que foi semeado. Retiraram a educação da população, como se os bons modos fossem besteiras de rico e agora querem ficar imunes ao que fizeram. Retiraram o cavalheirismo e trataram todos os homens como se fossem ogros, estupradores, assediadores e machistas e agora querem que tenhamos lord`s ingleses nas ruas e nos estádios. 

É, de falso, não sobrou nada, temos um novo padrão de moral regado a petralhice e canalhice. No mais, eu não sei de nada.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Fidei, Fé, Crença

Durante muito tempo tenho tentando entender os pensamentos e a Verdade. Mas uma coisa hoje se faz necessário conversar, ou melhor, eu senti necessidade de escrever.
Fé, muita gente compreende como apenas a crença em uma divindade ou coisa do âmbito, o até compreende como um sentimento positivo. Mas eu gostaria justamente de escrever que a FÉ não é um sentimento ou um sentido para alguma coisa. Ela, a fé, é justamente o uso mais racional do intelecto humano, pois ela busca a priori algo mais racional e lógico possível. Mesmo um ateu precisa ter fé para acreditar numa teoria científica, e um religioso faz o uso da mesma para acreditar no fim ultimo da coisa, a diferença é que um quer explicar somente o inicio e outro sabe o inicio e o fim apontam para o mesmo.

Mas eu gostaria de falar de fé ou sistema de crenças do próprio sujeito. As vezes não paramos para entender como funcionamos e vamos ACREDITANDO ( Portanto usando a fé) que somos ou devemos, que temos ou queremos, que as coisas sejam simples e fáceis e isso acaba por dificultar. Por exemplo o sujeito está com depressão, ele se assume como um depressivo, ou seja acredita, tem fé que ele é depressivo, mesmo com câncer o sujeito tem câncer ele acredita que tem câncer, muito embora seja seu corpo que esteja doente ou sua mente, mas sua natureza em si não é doente, mas sim parte de seu organismo assim se encontra. 

As crenças que desenvolvemos de nós mesmos, tantas vezes nos afundam num mar de angustias e medos que nos impedem, como demônios interiores, de sairmos e vermos nossa verdadeira natureza. Venho acompanhando nos últimos tempos a total degradação da moral e da pessoa, por buscar satisfazer suas vontades, que muitas vezes são vontades doentes, para o mal. Exemplo um homem ou uma mulher querer casar com animais como tem acontecido em alguns países. Ora estamos tratando isso como normal, como algo real, quando na verdade não se faz logica e foge completamente o ao uso da própria racionalidade.

Somos um turbilhão de sentimentos e sensações e muitas vezes deixamos nos guiar por elas, e será que estes sentimentos e sensações são reais, são sadios. Uma pessoa que faz mais de 100 cirurgias para ficar parecido com um personagem de quadrinhos ou bonecos, será que ali está uma crença normal em si mesma?

Aqui falo de extremos, mas, no quotidiano, quais são os sistemas de crenças que vamos absorvendo e estas mesmas vão nos escravizando. Quantas crenças sociais tem sido impostas a população como normais e tem destruído cada vez mais as pessoas. Quais são as crenças que construís-te sobre si, que tem lhe feito sofrer? 
Quais as crenças de si que assumes como verdade, mas que ainda assim te dividem ou te magoam? Estas crenças estão nos recônditos da alma e da psique, lá onde só tu tens acesso, mas são as crenças mais fortes e que precisam de maior esforço para destruir. Por causa da crença da fé ser um sentimento, muitos buscam satisfazer suas satisfações, pois nenhum ser humano quer sofrer e faz ao máximo para fugir disto. Assim sendo é mais confortável crermos que somos aquilo que disseram, que achamos ou pensamos ser, pois é mais confortável se confrontar com outra realidade e lutar. O sujeito pode ter o corpo com câncer, mais quem vai determinar se ele vivera o câncer ou câncer viverá nele será o próprio sujeito.

Para se destruir um sistema de crenças ou a Fé no que tu és e tem te destruído se faz necessário um grande esforço. Todo vicio é leve e fácil de ser vivido, mas toda virtude exige um caminho de ascese e privações. Exemplo um atleta para estar em forma precisa de dieta, precisa deixar algumas coisas no caminho. 

Sabe, durante muito tempo acreditamos que somos isso ou aquilo que não gostaríamos de ser e não assumimos nossa realidade como somos de verdade. A criança quando nasce ela não é teimosa, não é faladeira, nós imprimimos nelas estas características cada vez que dissemos: "nossa como é conversadeira" ou "nossa como é birrenta". Estas falsas verdades vão sendo construídas, e assim o retorno a elas e sua mudança exigem muito mais. 

Bem, a FÉ nada mais é que a crença em algo, é como João Paulo II escreveu: "Crer nada mais é que pensar querendo, pensar crendo e pensando crer". Então é parar de pensar que eis isso ou aquilo e ser aquilo que verdadeiramente sente que eis no mais intimo, não no modismo, mas na verdade mais racional possível. Um sujeito pode até ser um travesti e achar que é uma mulher, crer que é uma mulher, mas nunca o será de verdade pois foi uma construção irreal, ou seja uma f'é infundada. Um outro sujeito pode ser travestido de boi, achar que é um boi, pensar que é um boi e agir como um boi, mas isso também é uma falsa crença. 

Quando a medicina nasceu, ela nasceu para curar, quando a psicologia nasceu ela nasceu para curar e trazer a realidade, mas infelizmente temos visto se usar ambas ciências para fins comerciais e não para libertação do sujeito.

Busque dentro de ti a verdade, pois se conheceres a verdade ela te libertará. Na Grécia antiga existia um oraculo no Templo de Delfos, dedicado a Hermes que vivia dando profecias que precisavam ser identificadas e muitos heróis gregos as assumiam como um destino e viviam como se elas tivessem que serem cumpridas e acabavam se cumprindo porque eles trabalhavam para que elas se cumprissem, não porque era destino, mas porque eles faziam que fosse. Agora eu pergunto quais oráculos tens assumido como destino e não são teus e vives dividido?




sábado, 7 de junho de 2014

Lugares - Selo Estirpe da Cultura

Sabe, aqui em nossa região sentimos falta de ambientes legais, descolados, atraentes. Muito embora todo mundo fale disto, poucas são as pessoas que procuram ou se deixam inovar buscando programas diferenciados.
Foi num destes dias em que minha namorada e eu saímos a busca de um lugar para tomar um café gostoso, curtir algo diferente, que acabamos por parar no Posto Premier, na Av. Marcolino Martins Cabral. 
Fomos atendidos por pessoas super simpáticas, um ambiente limpo, organizado, com um espaço Gourmet incrível. 
Por causa de no dia não estar muito para doces, resolvi tomar um chá gostoso, e para o deleite meu e de minha namorada foi-nos servido um chá numa jarra design fantástica, além dos copos que não esquentam e de um design também incrível. Um sanduíche com pão sírio ( que eu aprecio muito) que estava uma delícia.
Fora que no mesmo ambiente ainda encontras os mesmo chás e kits para servir este gostos Tea Gourmet. 

Fica a Dica, Visite este espaço Gourmet do Posto premier, vais ver que não é uma simples conveniência.






quarta-feira, 4 de junho de 2014

Felicidade - Continuação

Como, escrevi no post anterior, a busca efêmera da Felicidade leva o sujeito a buscar nas coisa o seu fim ultimo.
Mas vamos em frente, pois a vida necessita necessariamente melhorar e crescer. Quantas vezes nos sentimos angustiados e damos vazão a este sentimento como se ele fosse a realidade? A realidade ou a verdade não é algo subjetivo que podemos mudar a todo instante, a realidade como a própria palavra já diz e algo real, perceptível. 
Bem contudo fazemos uma leitura tão pequena de nós mesmos, tão infame que passamos os dias a sujeitarmos a falsas verdades que criamos sobre nós. Exemplo: o sujeito odeia uma pessoa, muitos vão dizer  que ódio é uma palavra muito forte e vão tentar mascarar com outra palavra para ficar mais "politicamente correto", ele nem sabe porque odeia, mas tem um "q" naquele pessoa que o importuna o incomoda, isso o faz falar mal, o faz perder a compostura, falar baixinho para os amigos sobre o sujeito. O que será que há por traz deste sentimento, será que não é um visão de si por menorizada? Pensemos num cão, quando ele sente acoado a primeira coisa que ele faz é latir, mostrar os dentes, para tirar o sujeito daquele seu espaço territorial, por ultimo ele ataca. A quantas vezes agimos como os cães, buscamos primeiro intimidar as pessoas com nossas palavras difamatórias e corrosivas, querendo parecer a sim um líder de "matilha", depois queremos atacar para vencer, quando na verdade o que precisamos atacar e vencer é a visão distorcida que temos de nós mesmos. Pois se o fim ultimo de nossos motivos fossem a realidade da justiça. que é fazer o que precisa ser feito, não buscaríamos atentar contra o outro nossas investidas. Fora o sentimento de mal, que quem acaba consumindo é o próprio sujeito que dissemina as incongruências e sofre com isso suas consequências. 
Não podemos justificar a busca da Felicidade com um sujeito passivista, que busca de todas as maneiras se esquivar de importunações, tal sujeito é por vezes um vulcão adormecido, somente a espera de um fato para vir à tona. Por isso vemos as vezes tantas pessoas que parecem ou eram tão calmas e de repente ficam possuídas por uma fúria. 

Antes da invenção da Internet, as pessoas tinham
um tempo para o "ócio" contemplativo, os homens para seu charuto ou cachimbo as mulheres para seus bordados, ou ambos para a leitura de um bom livro, neste tempo se podia fazer uma reflexão de si, da existência, das coisas. Hoje dizemos não ter tempo para nada, somos escravos da mesma internet que nos deveria servir de ajuda, escravos dos telefones, tabletes. Vejo pessoas que conversam o dia inteiro nos Wattzapp, mas não sentam para uma conversa. Já nãos sabem mais nem conversar. Sou do tempo que quando um professor ou alguém estava falando, deveríamos nos calar para ouvir, hoje percebo o professor a frente do aluno e o sujeito conversando com o colega do lado. E se bobear ainda dirá que o professor não explica direito. 
Deu pra perceber que justiça e felicidade caminham juntos? 

Se não deu, no próximo post falaremos mais sobre como o homem justo é feliz. 


(E por favor, não me venha com o papo anti tabagismo, politicamente correto, quando um cigarro domina um homem este também não é feliz, pois o tabaco foi feito para o homem e não o homem para o tabaco.) 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Felicidade

Tão efêmero quanto um brisa de vento é a vida.
Basta olharmos as coisas, todas envelhecem mudam se transformam, vemos objetos que se vão, histórias, casas, amigos, lugares, etc.


A felicidade temos muitas vezes confundido com euforia, alegria, qualquer outra coisa. Mas será que a felicidade é isso? Será que a felicidade é algo tão pequeno que caiba num objeto ou numa meta alcançada.
Segundo Aristóteles em Ética a Nicômaco, seu pai a felicidade conduz toda a moral do sujeito, conduz toda uma vida feliz, por que? Justamente porque a felicidade é algo muito maior que um simples adquirir as coisas. Já paraste pra pensar quantas coisas deixas de fazer e arrumas desculpas o tempo inteiro para isso? 

"Admite-se geralmente que toda arte e toda investigação, assim como toda 
ação e toda escolha, têm em mira um bem qualquer; e por isso foi dito, com muito 
acerto, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem."

Tanto Aristóteles e seu antecessor Platão falam de bem, eles não se referem a algo palpável o mensurável, mas se referem a algo que é muito maior, algo que supera a capacidade erótica do sujeito. Quando aqui falo em capacidade erótica me refiro ao primeiro tipo de amor descrito pelos gregos o amor EROS, que é o amor de possessão de um objeto, algo parecido como a nossa conhecida paixão, muito confundida como o Amor, que como já postei não tem nada a ver  uma coisa com a outra. 

A felicidade consiste ou perpassa pelo senso de justiça, pois o sujeito justo tende seu coração sempre para o Bem e vê nele seu objeto real, tanto de desejo como de posse, pois é algo que não se corrompe nem corroê. Como vivemos numa sociedade que preza pelo efêmero, que busca pelo eterno no que é plástico, móvel, irregular ou sujeito a corrupção, não conseguimos mais ter então a busca da felicidade ou o reconhecimento da mesma como algo de primeira instancia de nossas vidas. Basta pensarmos que os ditos circulantes em qualquer meio são: "a vida é muito curta, aproveita e faça tudo", "não importa o amanha, ele não existe mesmo" ou "seja feliz, faça tudo que tem vontade". Tais frases levam o homem para o mais baixo nível da existência, o nível da doxa  (ignorância), esta ignorância não e somente o grau de conhecimento que o sujeito possui, mas é a própria visão de si, quase com de um animal que busca somente a satisfação corporal, ou não é assim que caminha nossa sociedade? Vemos as pessoas fazendo festas orgíacas, nivelando um relacionamento pelo sexo, buscando a beleza eterna a qualquer custo, o status. Aqui chegamos ao ponto de questionar se o amanha é mesmo uma invenção ou algo além? Como vimos o Bem não é somente uma meta a ser atingida, mas um algo a ser alcançado e como Aristóteles queria saber a identidade das coisa em si ele aponta que um bem e a felicidade consistem na busca da virtude e a virtude somente é alcançada no quotidiano, e o Bom somente é alcançado na repetição e a verdadeira Beleza do que é BOM, BELO e BEM está muito além da satisfação de nosso corpo, mas na satisfação da alma. 
Ótimo é aquele que de si mesmo 
[conhece todas as coisas; 
Bom, o que escuta os conselhos 
[dos homens judiciosos. 
Mas o que por si não pensa, nem 
[acolhe a sabedoria alheia, 
Esse é, em verdade, uma criatura 
[inútil. Hesiodo

Voltemos, porém, ao ponto em que havia começado esta digressão. A julgar 
pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais 
vulgar, parecem (não sem um certo fundamento) identificar o bem ou a felicidade 
com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos. Pode-se dizer, com efeito, que 
existem três tipos principais de vida: a que acabamos de mencionar, a vida política e 
a contemplativa. A grande maioria dos homens se mostram em tudo iguais a 
escravos, preferindo uma vida bestial, mas encontram certa justificação para pensar 
assim no fato de muitas pessoas altamente colocadas partilharem os gostos de 
Sardanapalo (Rei Mítico da Assíria). ( Ética a Nicômaco, Livro 1 - Cap, 5)

 Continuará...

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