segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Lagrimas

        Durante  vida inteira elas podem ficar soterradas em mascaras de fortaleza, em caixões de confusão, ou mesmo em meio a arrogância. São elas parceiras únicas, que conhecem melhor os olhos, que buscam no silencio ou no gemido rolar pelo solo árido ou sufocado do rosto triste.
Ah! Parceiras ditosas, que muitas vezes libertam, remodelam o coração, desestabilizam o coração mais empedernido ou amolecem a dura carranca.
     São elas muitas vezes doces, como o mel, vindo acompanhadas de amores, de sonhos realizados, de encontros, de curas, de vitórias. Doces pois podem vir acompanhadas de vida, de histórias de finais felizes. 
Entretanto, pode ser o inverso, vindo acompanhada de amarguras de traição, do sonhos perdidos, do desencontro e abandono, da morte, da perda. Podem ser amargas como o fel com histórias que terminam ceifadas, destruídas.
Muitos a usam como esperteza de Judas, como atores para conquistas, para ludibriar, fingindo falsa comoção ou arrependimento.
        Elas não escolhem por onde escorrer, elas se deixam livres, rolam e caem onde quiserem. Molham outras faces amigas, molham também ombros. As vezes, ou quase sempre acabam molhando o coração, pois ali encontram um leito, que pode estar solitário ou com medo. 
Outras vezes elas tocam o infinito e neste infinito, tocam o Criador. 

     Bem, elas são companheiras, pois são as que vejam junto o que vemos, são elas que se assustam, amam. No momento de maior emoção elas não resistem e se sacrificam para poder aliviar aquele que as carregou. 

Se não fossem elas; o escondido coração muitas coisas não resistiria.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pensamentos

                    Cá estou eu, absorto em meus pesamentos de aspiração platônica, buscando o belo em seu mais perfeito estado ou a beleza pura no sentido de existência, quando... vejo roncar, barulhos e trovões que se avizinham. Frente a isso escuto o burburinho de meus sentidos coma troca de cores repentina do fia, pelo cinza das chuvas que caem com grande força, tocando uma sinfonia com o vento as folhas e as janelas do apartamento.

                   Ah! Quem me dera viver de literatura para escrever pensamentos, lembranças, estorias (principalmente as contadas por minha avó e sua irmã), poemas, versos e prosas.

Viver de literatura num país metido a intelectual, escravo de colunas esquerdas é o mesmo que passar fome. Pois viver de livros aqui só renderia se escrevesse pornografia, fofoca e burrice. Um pouco de humor ácido para libertar a mente. (risos)

Bem um outro mercado bom em terras coroadas por analfabetismo presidenciável e imperialismo néscio, outro bom valor seria fazer uma criação de traças, isso mesmo, traças, pois assim as alimentaríamos como todo o tipo de literatura que sai ultimamente. Incluindo textos de alguns aspirantes a libertários que querem caçar até mesmo Monteiro Lobato.
                  
                   Nestas horas gostaria de acreditar na mitologia grega, para quem sabe pedir a Zeus que mandasse um raio na cabeça de alguns, mas, como sou cristão e nenhum santo, incluindo São Pedro ou Santa Bárbara se dariam a tal falta de caridade, apelo a misericórdia de Cristo para salvar a nação de tantas vergonhas.
Para encerrar este monumento a lamuria da imbecilidade que reina deixo-vos um poema  Xenófanes de Cólofon (séc. VI-V a. C.).  Não a tradução integral em espanhol de um seu fragmento , mas os versos 1-18 em bela tradução portuguesa de Maria Helena da Rocha Pereira, publicado na sua antologia de Cultura Grega, Hélade.

Agora está o solo puro, e as mãos de todos nós
e os cálices. Um põe-nos as coroas entretecidas,
e outro oferece-nos numa taça a essência fragrante.
crater está repleto de boa disposição.
Está já pronto outro vinho, que garante que jamais
abandona ao barro o cheiro a mel da sua flor.
No meio, uma árvore de incenso desprende um sacro aroma;
a água está fresca, doce e pura.
Aqui temos os fulvos pães e a mesa sumptuosa,
carregada de queijo e de pingue mel.
Ao meio, o altar está todo coberto de flores.
A música festiva domina o ambiente.
Ao deus devem os homens sensatos entoar primeiro um hino,
com ditos de bom augúrio e palavras puras.
Depois de fazer as libações e preces para procederem
com justiça — pois isso é a primeira lisa —
não é insolente beber até ao ponto de se poder voltara casa
sem ajuda de um escravo, a menos que se seja muito idoso.
(fragmento 1, ed. Diels-Kranz, versos 1-18)
e para deleitar os olhos Paolo Veronese (1528-1588)As Bodas de Canaã





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