segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Retorno do Rei II

Continuando o post seguinte...
O Rei me parece, não em apelos saudosistas, mas em uso contínuo daquilo que chamamos de racionalidade, revela por assim dizer a cultura de um povo, os seus valores e a sua história.
Ora, criar um povo sem religião, junta -se a isso um povo sem história é o mesmo que fazer um bolo sem trigo ou ovos, pode-se até ter o nome, mas nunca o será aquilo que é proposto de fato. Foi justamente a religião que criou a cultura, as artes, a língua. Foi impulsionado pelo religião que povos criaram comidas, danças e artes como um todo. Tira-se a religião, temos a morte da cultura e do povo. Pois o que identifica a cultura de um povo é justamente aquilo que eles tem em comum (língua, danças, comidas, artes, etc). Por conta deste estado laico, vemos a Europa ser dominada pelo Islamismo silenciosamente, uma religião que proíbe a liberdade, proíbe a educação e proíbe tudo aquilo que não esteja no Corão. Ainda falam que o cristianismo é que escraviza e aprisiona, como pode então todo este estado laico nascer no ocidente não no oriente? 

Ah saudades do Rei, saudades da cultura, da Poesia, da Dança, daquilo que de verdade era nosso, não inventado em academias socialistas, dito como cultura. 

Saudades de histórias de povos, de de lendas, de contos, agora o que temos é um monte de inverdades de fatos recortados, de palavreado enganador, que ousam repetir. 

Saudades do povo brasileiro, que pouco resta, ainda, escondido nos cantões, povo que ainda não foi solapado por uma cultura imbecil e simplista.

Saudades das professoras, das catequistas, das procissões, dos bolos no fim da tarde de sábado. 

Saudades da vida, que minha avó contava, mas que hoje são poucas as avós que contam alguma coisa, pois já não tem mais tempo para os netos, estão nas academias, no bailes e bingos. 
Saudades de tudo aquilo que chamávamos de vida e hoje se dá o nome de prazer e felicidade, como se alguém conseguisse viver somente de prazer.

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)


Casimiro de Abreu

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O Retorno Do Rei

Bem amigos, depois de um tempo sem escrever resolvi retorar, senti saudades de escrever, precisei de um tempo pra refletir e colocar a mente para ter um ócio criador.


O título do ensaio pode parecer estranho, mas quando falo em Rei neste momento, quero falar de valores.
A figura do Rei sempre aparece como o norteador de alguns valores, sejam eles morais ou imorais, na literatura. Vemos o exemplo disso em o Senhor do Anéis, Robin Hood, Rei Arthur e etc. Tal leitura não nasce do acaso, basta entendermos a filosofia medieval e católica e que norteia toda a cultura. A filosofia católica tem seu fundamento na filosofia de Platão que aponta para um único modelo de qualquer coisa (res), para um objeto em si, tendo em vista que tudo o que vemos neste mundo são sombras da realidade e no Mundo da Ideias temos a realidade de todas as coisas. O Mundo das Ideias de Platão, não é um mundo imaginativo, mas um mundo real donde surgem todas as coisas, onde ele inicia uma grande leitura de toda a natureza e da personalidade humana. Pois segundo o mesmos, as coisas precisariam ter identidade e também pessoalidade. Um copo como o vemos tem vários formatos, mas no mundo das Ideias ele teria o formato em si, a forma pura, a realidade dele lá se encontra inalterada. Partindo deste princípio, no mundo teríamos também que termos formas em si, realidade em si, coisas que evocassem aquilo que é o Belo. 

Nisto entra a figura do Rei, como entidade moral, como norteador e apontar de tudo que é belo e bom.

Num país como o nosso, onde a classe política se encontra sempre brigado por poder e por dinheiro, vemos esta realidade se tornar cada vez mais palpável no quotidiano, no sujeito que quer "furar" a fila, no avanço de sinal, no lixo jogado ao chão para dar "trabalho" ao gari, no roubo de água, no JEITINHO BRASILEIRO, que não passa de pura malandragem ou sacanagem. 
Como não temos um Ente Moral, ou um Princípio norteador ou quem aponte o caminho, tendo em vista que muitas de nossas autoridades religiosas, também se encontram na mesma linha moral, acabamos por destruir a cultura, destruir a língua, destruir a educação (confundido educação com alfabetização). Os pais se mitigaram a sustentadores e o Estado ao Legislador, Juíz e Educador. 
O Pior ainda está por vir, pois depois de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, com seu existencialismo, o outro passou a ser meu inferno, e por isso deve ser destruído. Assim temos a destruição da Moral e da Ética. 
Ética uma palavra em voga nos últimos tempos, uma ética laica e ateia, como se fosse possível criar este espectro. Pois se a ética é pautada por princípios eternos, como vemos no cristianismo, no ateísmo e laicismo ela é pautada no ser humano, ou seja, muda conforme o vento, assim sendo hoje é proibido matar, amanhã, conforme a cultura que surgir de alguém ou de alguma coisa pode ser normal. Não existe e não tem como promovermos uma cultura laica e encarcerar a religiosidade do sujeito as paredes de seu quarto, pois as regras que se levantam no dia-a-dia, são intimas e pautadas pelos valores que trazemos de casa. Entretanto como em casa já não se tem mais valores, está balançada a moral e sujeita a se implodir. 

Nestas horas, tenho saudade de Narnia e de Aslan.


"No mundo de vocês, eu 



sou conhecido por outro nome" - Aslam em Nárnia


Não escreverei com o português reformado, pois não seria português, mas uma língua inventada por pedagogos e professores que querem destruir o passado com o intuito de inventar uma nova alguma coisa. 
Continua...

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